Nós achamos que estamos no comando, mas na verdade o cérebro funciona na maior parte do tempo de forma automática. Temos dois sistemas funcionando em nosso cérebro: um que corre rápido, abaixo do nível da consciência guiando a maior parte de nossas emoções e de nosso comportamento, assim como a maior parte de nossas decisões, e outro sistema mais lento e mais deliberativo.
O sistema que corre rápido, é como uma máquina de antecipação, sempre prevendo o próximo momento, procurando por padrões familiares e previsíveis baseados na experiência passada, para responder de forma imediata. Isso, por um lado, acontece para nosso benefício, para poupar nossa energia. Por outro, faz com que a maior parte das nossas emoções siga pelo sistema automático, o que pode nos trazer problemas.
Nossas crenças, valores e as estratégias de sobrevivência, que usamos quando crianças, estão refletidas em nossa rede neuronal. Trazemos tudo isso para nossos relacionamentos atuais, na maior parte das vezes, inconscientemente. Existe uma ação recíproca entre os pensamentos e a emoção. A emoção pode invadir nosso pensamento e sequestrar o sistema mais lento e reflexivo gerando respostas emocionais e comportamentais mais primitivas.
A boa notícia é que o cérebro também está aberto para o novo. Quando damos um passo atrás e nos conscientizamos de nossas emoções, reações e comportamentos automáticos, podemos encontrar maneiras de refletir sobre nossas interações.
Se a pessoas consegue ir para dentro, ler suas dicas corporais, identificar e nomear o sentimento que está presente, imaginar o que o desencadeou, tolera-lo e focar na auto responsabilidade pelo mesmo ela poderá ter respostas mais maduras.
Fonte: Fishbane, Mona DeKoven. Loving with the brain in mind: neurobiology and couple therapy – 1st edition – 2013